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Afinal, quem sou eu?

de verdade.

Se “como descobrir o meu estilo” é a questão das questões para moda, “como descobrir quem sou” é a questão das questões na vida. E acredito que esta é a questão que fundamenta uma outra série delas como a dita dúvida de estilo. Por um lado, investimos pouco em saber quem somos, por outro, estamos demasiado habituadas a que as respostas sejam rápidas e diretas. E, minha gente, no autoconhecimento – nada é óbvio.

Ferramentas para descobrir

Desde que me lembro que sou apaixonada pelo lado menos óbvio das coisas. Vejo para lá do que me mostram e, por isso, quando fiz da moda parte da minha jornada sabia, claramente, que o meu contributo não seria falar das últimas tendências, do que vestir neste e naquele contexto e em como parecer mais isto ou aquilo. O meu contributo estaria em ver para lá disso:
Porque é que estas são as últimas tendências?
Porque é que se veste mais isto e aquilo naquele contexto?
Porque é que aquelas pessoas querem parecer mais x coisa e utilizam a imagem para esse fim?
Porque é que eu gosto daquela combinação naquela pessoa e não gosto em mim?
Ver para lá do óbvio sempre me moveu.
Por isso, o meu trabalho não é terapia, mas é terapêutico.

afinal quem sou eu

Agora, essa vontade de ir além, fez-me querer saber mais sobre mim, sobre as minhas razões, as minhas motivações e, fim ao cabo, o meu propósito. Mergulhei em várias, mas descobri o Human Design e, desde aí, nunca mais o larguei.

O Human Design foi, como costumo dizer, a única ferramenta que me compreendeu numa fase de grande frustração e descrença com descobrir quem era e que, de facto, me fez sentir bem com toda a polaridade que faz de mim quem sou. Todas as outras ferramentas, desde astrologia (que também gosto), DISC, numerologia e psicoterapia até, fizeram-me ver quem eu era, sem perceber quem eu era e sem me ensinar a fazer as pazes com isso.

No entanto, o Human Design é complexo e, de facto, exige muita dedicação para, de facto, entender toda a amplitude que entrega. Mas, aconselho a qualquer pessoa fazê-lo.

Escrever, falar, desenhar…

Para mim, escrever é transformador. Sempre gostei de o fazer e de me expressar dessa forma. Consigo ser mais intensa e mais verdadeira com o que sinto sempre que escrevo.

Isso mostrou-se um aliado na jornada de descoberta. Escrever sobre o que penso, o que sonho, o que quero, o que vivi, as memórias que ficaram, os medos, os anseios, as vitórias, fez-me perceber padrões e, sobretudo, aliviar tensões.

No entanto, há quem se descubra ao desenhar, ao cantar, ao falhar, ao pintar, ao dançar… A ideia é que encontrando a ferramenta na qual te revês, apostes nela para com ela aprenderes mais sobre ti.

afinal quem sou eu

As boas perguntas

Há muitas questões pertinentes nesta jornada, no entanto, num norte focado na arte de vestir quem somos, é possível selecionar algumas que nos fazem pensar mais intencionalmente nessa ligação “quem sou” e “o que visto”.

Não há obviamente limite, mas deixo-vos como sugestão:

  1. O que mais te marcou na vida?
    Aconselho-te a dividir esta pergunta em grupos de 10 anos. O que te marcou mais até aos 10 anos, depois dos 10 aos 20 e assim sucessivamente. Aqui, a ideia é entender a forma e o motivo pelo qual guardas memórias contigo e de que forma é que conseguiste navegá-los. Vale reforçar que remexer nestas questões requer cuidado, atenção e empatia.
  2. Costumas ligar à opinião dos outros?
    Aqui a ideia é perceber se o julgamento dos outros é visto de um pólo mais positivo ou negativo, se causa impacto ou não e que tipo de impacto gera em ti. A tendência até pode ser dizer que não, no entanto, importa entender de que forma é que se gere o olhar do outro e que peso é que ele tem nas decisões.
  3. Como reages à mudança?
    Vai ser aquela pergunta que te permitirá perceber se és mais rígida ou mais adaptável nas tuas ideias e o quão flexível deve ser a tua imagem para refletir isso.
  4. Qual o teu maior sonho ou aquele que idealizavas em criança?
    Aqui, o objetivo é mergulhar naquilo que é o teu objetivo de vida, percebendo os teus padrões de sonho, de planeamento, as motivações por detrás desse projeto e de que forma é que foi concretizado ou não.
  5. Se o teu tempo terminasse amanhã, o que farias hoje?
    Essencialmente para delinear prioridades, quem verdadeiramente és, o que é importante para ti e aquilo que, num cenário ideal, estaria na tua base.
  6. Quão abertamente julgas os outros?
    O nosso olho está muito virado para o mundo exterior e, muitas vezes, o medo que temos do julgamento advém da forma como sabemos que julgamos os outros em cenários semelhantes. Aqui, a ideia é perceber essa consciência e entender padrões.

Para refletirmos

Não há formula mágica neste caminho e há apenas uma certeza: é uma continuidade. Sei que estamos habituadas a projetos com fim em si mesmo, mas descobrir quem somos é, literalmente, uma jornada.

Apesar de não terminar (pelo menos, eu acredito que não), encontra sem dúvida momentos muito lúcidos que nos fazem avançar com maior certeza do que no passado. Conhecimento é poder e, nesse sentido, a jornada torna-se compensatória.

Lá está, por muito que seja incrivelmente mais fácil passar fórmulas prontas para nos vestirmos assim e assado numa determinada ocasião, talvez seja mais necessário olhar para dentro para depois sim transbordar por fora.

afinal quem sou eu

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